
Pôster da casa de Osório. Não pergunte
Tomar um café-da-manhã de comercial de margarina, com pai, mãe e irmãos, mais ou menos uns 12 anos depois de isso ter acontecido pela última vez.
Nadar na lagoa, se desafiar a chegar até a última boia. Depois boiar. E, boiando, olhar o céu até não ouvir mais nada além da própria respiração.
Ver o sobrinho solto na água, fazendo amizade, fazendo beiço, colocando o macarrão no nariz, sendo criança.
Se apresentar para o sobrinho novo, que ainda é um grão de feijão na barriga da mãe. Prometer ser uma tia legal e saber que será.
Dar uma volta gigante de bicicleta. Quase desistir na lomba, mas continuar lembrando que depois vem a descida. Na descida, o vento.
Durante o vento, nos fones, ouvir Madeleine Peyroux: "Instead of feelin’ bad, be glad you’ve got somewhere to go/ Instead of feelin’ sad, be happy you’re not all alone". E pensar: "que enorme clichê, que enorme verdade".
Voltar, ligar, ser atendida.
Desejar uma coisa para o ano que começa. Que ele seja um pouco como esse fim de semana. Mais fácil que difícil, cheio de clichês. E com algumas surpresas.